Artes Visuais

Releitura brasileira de “O Rei Leão” traz animais da Amazônia como protagonistas

14/08/2019
Releitura brasileira de “O Rei Leão” traz animais da Amazônia como protagonistas

Já imaginou se o Rei Leão acontecesse na Amazônia?

Foi partindo de uma brincadeira que questionou os seus aproximadamente 2200 seguidores no Instagram, que o designer gráfico e ilustrador Vilmar Rossi Júnior reproduziu 8 cenas da animação infantil produzida pela Disney e compôs um elenco de animais amazônicos para substituir Simba, Mufasa, Rafiki, Timão e Pumba. Na releitura, as savanas africanas e os desfiladeiros característicos do filme dão lugar à mata fechada da maior floresta tropical do mundo, a Amazônia.

Nas ilustrações, a onça pintada aparece fazendo o papel do leão Simba, o cateto no lugar do javali Pumba e uma irara (ou papa-mel) no lugar do simpático suricate Timão.

“Alguns animais foram fáceis de escolher, mas tentei trazer espécies mais desconhecidas, como o araçari – ao em vez do tucano que todos já viram. O Rafiki fiz, na primeira vez, um mico-leão, mas algumas pessoas chamaram a atenção de que ele não é tão típico da Amazônia. Então, lembrei do uacari, que acho um macaco imponente, lindo. Agora, as hienas me deram dor de cabeça, pois, não temos animais carniceiros desse tipo aqui. Até que o cachorro-do-mato-vinagre coube nesse papel”, explica Rossi ao portal G1.

Quer conhecer o “Rei Leão brasileiro“? Acesse aqui.

Uma das cenas da releitura criada pelo artista é a sequência de Hakuna Matata. No lugar de dançar a hula havaiana, Timão aparece vestido com flores na cabeça e uma saia de chita, pronto para dançar carimbó, um gênero musical de origem indígena com influências da cultura negra e portuguesa, típico do Brasil.

Além de dar visibilidade as espécies pouco conhecidas dos brasileiros e também descobrir quais são os animais típicos da região Norte, o objetivo do projeto é trazer a tona questões ecológicas e políticas importantes, como: o desmatamento, as queimadas, os madeireiros, os latifundiários e a extinção, sendo uma potente ferramenta pedagógica e cultural para professores, famílias e crianças.

Conheça os animais amazônicos da releitura:

Araçari-castanho – De nome científico Pteroglossus castanotis é uma ave da família Ramphastidae. Frequente da Colômbia ao Paraguai e no Brasil centro-meridional. A espécie mede cerca de 43 cm de comprimento, com um grande bico multicolor, bochechas, garganta e nuca castanhas, e uma barriga com faixa vermelha alargada dos lados. Eles se alimentam de frutos e vivem no alto das árvores.

Cateto – Semelhante ao javali ou porco-do-mato, este animal é um mamífero, e recebe muitos nomes, como patira, caitatu, pecari e tateto. Seu nome científico é Tayassu tacaju e sua ocorrência é na América do Sul. Eles vivem em bandos de 5 a 25 membros, de acorco com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Irara – É uma espécie tipicamente florestal, podendo ser encontrada desde do dossel de árvores até galerias de matas. O nome popular irara vem da junção dos termos tupis i’rá (mel) e rá (tomar). Já o nome científico da espécie (Eira) tem origem na língua guarani. No Brasil também é chamada de papa-mel, um dos seus alimentos preferidos.

Onça-pintada – De nome científico Panthera onca, é considerada o maior felino das Américas. No Brasil, ela é encontrada em todos os biomas, mas com grandes níveis de ameaça: criticamente em perigo na Caatinga e na Mata Atlântica, em perigo no Cerrado e vulnerável na Amazônia e Pantanal. A espécie é considerada uma das prioridades da Red List (Lista Vermelha, em inglês) da União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN).

Cachorros-do-mato-vinagre – Também conhecido como janauí ou januara na Amazônia e jaracambé ou aracambé no Brasil meridional, é um canídeo nativo da América do Sul. Segundo a IUCN, o cachorro-vinagre é uma espécie “quase ameaçada”. A espécie encontra-se nessas condições por conta do isolamento e da esparsa densidade das suas populações. Além disso, um outro fator agravante é a destruição do seu habitat.

Uacari – Também conhecido como macaco-da-noite ou macaco-da-noite-de-pescoço-cinza, de acordo com o ICMBio. A estimativa é que existam cerca de 10 mil indivíduos, todos na Amazônia do Brasil e de outros países como Colômbia, Equador e Peru. Seu nome científico é Aotus vociferans.

 

imagens: Vilmar Rossi Júnior

fonte: G1 e Portal Lunetas


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