Literatura

Como falar de dinheiro com as crianças

12/01/2015

Saber a hora de começar a falar sobre finanças com nossos filhos é um grande desafio para a maioria dos pais. Por isso é importante auxiliar adultos e crianças a conversar sobre dinheiro e propor um entendimento sobre a importância de se buscar uma relação equilibrada entre consumo e necessidade. É com esse objetivo que o Itaú disponibiliza gratuitamente em seu site www.itau.com.br/usoconsciente, o livro A Árvore dos Sonhos.

A obra, com texto de Fabiano Alves Onça e arte de Tatiana Paiva, conta a história de um menino, seu avô e uma árvore que ajuda a realizar sonhos. Por meio de linguagem poética, A Árvore dos Sonhos fala para pais e filhos sobre educação financeira, de forma clara e acessível. Dentre outros, permite que famílias se conscientizem da importância de aprender a criar objetivos, fazer escolhas saudáveis, experimentar conquistas e lidar com as inevitáveis frustrações ao longo de nossas vidas.

Nós, do Muralzinho de Ideias, fomos presenteados com um exemplar e tivemos o privilégio de sermos apresentados ao autor e à ilustradora dessa obra fantástica. Cientes da relevância da temática, combinamos de, em forma de entrevista, apresentá-los aqui para vocês.

Fabiano e Tatiana sejam bem vindos ao nosso Muralzinho!!!

Você é autor, escritor, ilustrador, artista, …, o que faz?

Bem, antes de tudo, obrigado pela oportunidade!

O processo deste livro é um pouco diferente da maneira como, em geral, os livros infantis são feitos. De fato, eu sou aquele que escreveu os versos. E a Tatiana é quem ilustrou o livro. Entretanto, nós dois concebemos juntos toda a história dele. Isso dá um sabor todo especial à obra, porque, muitas vezes, a Tati imaginava uma cena e eu corria atrás para compô-la em palavras. Em outros momentos, ela sugeria mudanças no texto. E eu me empenhava em burilar os versos. Ou então, na via contrária, eu sugeria certas imagens ou situações gráficas – e ela ia “buscar” isso na imaginação dela. Isso criou um livro com um profundo entranhamento entre texto e arte, o que é bastante rico e diferenciado.

O que é A Árvore dos Sonhos para você?

Para nós, a Árvore dos Sonhos representa tudo aquilo que, de alguma maneira, aspiramos em nossa vida. São nossos sonhos, nossos ideais, nossas metas, que vão brotando em nossa cabeça ao longo da vida. Algumas coisas conseguimos realizar, outras permanecem na imaginação. Em resumo, a Árvore dos Sonhos concentra tudo aquilo pelo qual levantamos cedo da cama para ir atrás!

pgs-8-9

O que te motivou a compor essa obra?

O que nos motivou foi o desafio de criar algo leve, divertido e poético diante de um tema tão difícil, complexo e muitas vezes árido como o da Educação Financeira. Acho que conseguimos criar algo que diverte e educa – não apenas as crianças, mas também os pais. Isso, temos consciência, é algo muito difícil de ser feito. Existe já bastante material sobre esse assunto, mas em geral é algo sempre muito prescritivo “faça isso, não faça o outro, faça desse jeito, não faça do outro”. As pessoas não querem dicas. Dicas todos dão, sobre tudo. Basta ver as revistas numa banca. São altamente prescritivas. Nós entendemos que as pessoas querem experimentar por si próprias. O livro retrata justamente essa descoberta.

A obra tem classificação infanto-juvenil. É seu primeiro trabalho para essa faixa etária?

Não. A Tati tem mais de 50 livros publicados por diversas editoras. E eu já havia escrito dois outros livros para a editora Melhoramentos, ambos ilustrados por ela, claro! (somos casados!)

A obra carrega o selo infanto-juvenil, mas você a indicaria só para crianças e jovens?

Boa pergunta! Não, a obra tenta ser o mais universal possível, até porque o trato com o dinheiro é um tema que está hoje muito presente na vida tanto de crianças e jovens, quanto de adultos e mesmo dos idosos. Eu acho que qualquer pessoa com o coração aberto pode usufruir desse livro e retirar alguma coisa boa. Afinal, estamos sempre aprendendo a lidar com o dinheiro, não importa a idade.

Durante o processo de criação e desenvolvimento da obra você, ao compor, se imagina no lugar de uma criança apreciando seu trabalho?

Nós tentamos. Mas é impossível, na nossa opinião, conseguirmos alcançar a fértil, fantástica e inigualável mente das crianças. A mente delas possui uma riqueza de expressão, uma liberdade de conexão, uma rapidez e uma imprevisibilidade tamanhas que jamais conseguiremos alcançar. O livro oferece um caminho, uma porta para o diálogo. Mas temos consciência de que a apreciação que uma criança terá dessa obra é algo que vai muito além do que podemos conceber. Elas são sensacionais!

 

pgs-20-21

Quando criança, se recorda de algum fato/aprendizado em relação ao dinheiro?

Acho que o que mais recordamos, tanto eu quanto a Tati, é de termos herdado roupas dos primos mais velhos. É um ato singelo de economia familiar, algo muito simples. Mas acho que educa tremendamente. E algo que poderíamos praticar mais hoje em dia – onde há tanta fartura de roupas e de brinquedos. Por exemplo, somos muito a favor dos movimentos onde crianças trocam brinquedos umas com as outras, ao invés de exigirem sempre presentes novos.

Você ainda não é pai/mãe, certo? Caso fosse, como abordaria a temática com seus filhos?

Bem, esse é um tema com o qual teremos que lidar muito em breve…

De qualquer modo, observamos muito nossos amigos em suas relações com os filhos. E vemos mães e pais que são muito hábeis em incutir valores bacanas para seus filhotes. O comportamento que mais nos chama a atenção é quando vemos um adulto compartilhar uma decisão financeira com o filho/a. Ao invés de simplesmente decretar “sim” ou “não”, tratam a criança com respeito, explicando para ela a estratégia financeira para aquele momento. Acho que isso mostra para a criança que ela faz parte de um time: a família! Isso permite depois que a criança, como parte do time, também assuma responsabilidades no orçamento doméstico. Um exemplo claro: crianças com consciência pensam duas vezes antes de sair pedindo tudo no supermercado.

Como pai/mãe/adulto, se recorda de algum fato/aprendizado em relação ao dinheiro?

Sim. Como boa parte dos viventes, já passamos problemas com o limite do cheque especial. Foi um aprendizado doloroso, porém rápido! Nos tornamos muito mais planejados. E esperamos nunca mais ter que aprender dessa maneira tão dura!

pgs-14-15

Qual a mensagem principal da obra ao falar sobre educação financeira/ educação para o consumo a crianças/famílias?

O livro é povoado de mensagens, mas uma que nos toca bastante é que dinheiro não é uma coisa que as pessoas já nascem sabendo usar. O bom uso do dinheiro é, acima de tudo, um aprendizado. Assim como aprendemos a ler, ou a nos comportar em público, ou a nos alimentar corretamente, também temos que aprender a lidar bem com o dinheiro. É um processo civilizatório. E por ser um processo tão inerente à condição humana, ele é aprendido com quem? Com a família, com os mais velhos, ou ainda através da observação direta. Temos que agir com o dinheiro como um cientista age com seu objeto de estudo. Temos que observar, ver o que funciona e o que não funciona. Temos que nos apropriar dessa ciência. É isso que o personagem faz ao longo de toda a história. Ele descobre, ele experimenta, ele se frustra, ele se entusiasma. Ele, em suma, aprende. E a capacidade de aprender é uma de nossas melhores qualidades como seres humanos, não acha?

Em termos de criação, A Árvore dos Sonhos tem alguma relação com o dito: dinheiro não se dá em árvore? (amo analogias, pra mim tanto a da árvore quanto a da bicicleta, se foram propositais são genias!!!)

Sim, existe essa relação proposital. Analogias são ferramentas poderosíssimas. Não à toa todos os ensinamentos de Jesus se davam através de analogias e parábolas. Nossa mente, diante do simbólico, é tragada de uma maneira muito mais intensa do que quando apresentada aos fatos de uma maneira racional.

Se tivesse um Muralzinho quais ideias sobre A Árvore dos Sonhos estariam nele?

Puxa vida, acho que a ideia de Liberdade estaria bem no destaque! O personagem principal tem a liberdade de errar e experimentar em sua relação com o dinheiro. Deveríamos nos permitir mais isso. Ao invés de permanecer em relações viciadas com o dinheiro (criadas muitas vezes por nossos pais ou por nós mesmos), assumir mais o leme de nossa vida financeira. Quem sabe não serão as crianças que conduzirão essa revolução?

E, finalmente, obrigado pela entrevista! Achamos as perguntas muito boas. E o seu site bárbaro!

pgs-16-17

Gostaram? Então, não percam tempo! Acessem o site www.itau.com.br/usoconsciente, façam o download desse livro e, como parte do projeto, adquiram também um guia para pais e educadores com diversas dicas úteis de como falar de dinheiro com as crianças.


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