Quantas vezes você já frequentou uma praça na sua cidade com a sua criança?
Árvores, flores, bancos de madeira, parquinho, areia… O registro da imagem de uma praça, seja por meio oral, através de texto, ou até mesmo desenho, geralmente será o mesmo. A diferença é que em algumas cidades, a população pode aproveitar melhor esses espaços públicos, e em outras como metrópoles e capitais, essa realidade se torna um pouco distante.
Vários são os fatores que afetam diretamente a liberdade das famílias para frequentar esses locais. Um deles é a própria segurança pública. Muitos pais preferem manter os filhos dentro de casa ou oferecer outra opção de passeio que não seja na rua.
Mesmo levando em consideração as adversidades, você já parou pra pensar que nesses locais as crianças podem criar os primeiros laços de amizade, solidariedade e encontros com desconhecidos, de outras classes sociais, compartilhando valores e culturas?
Na pracinha, as crianças se unem para brincar, negociam a ordem de quem desce primeiro no escorregador e, mesmo pequenas, acabam constituindo suas relações de vizinhança, o que gera diversas possibilidades de encontros mais próximos.
Pensando na importância dessa socialização e do contato direto com a natureza, Roberta Lopes Guizzo, formada em relações públicas e mãe do Lucas, começou a frequentar a Praça 29 de Março, localizada no bairro Mercês, em Curitiba.
Com o passar dos dias, o simples passeio matinal com o seu pequeno começou a gerar trocas de experiências com outras mães e as visitas diárias foram fundamentais para estreitar os laços entre as próprias crianças. Mas, a Roberta sempre soube que poderia fazer mais. Afinal, qual pai e mãe não sonha com uma cidade mais humana, mais cheia de verde, com praças bem frequentas para os pequenos brincarem seguros?
Esse contato diário com o espaço público foi essencial para a Roberta descobrir que ali, outras mães tinham o mesmo desejo que o dela: incentivar o brincar e o lazer durante os dias da semana, sem que os pequenos fossem privadas da liberdade. Assim, foi idealizado o projeto Brincar na Praça. Uma iniciativa que incentiva a ocupação de um espaço público e desenvolve atividades para compartilhar experiências entre as crianças.
A primeira atividade aconteceu no mês de maio de 2018, através de uma oficina de mini jardinagem para a criançada. Depois desse dia, vários encontros foram surgindo e amizades foram se concretizando, a exemplo da parceria com a Biblioteca Pública do Paraná: frequentadora assídua do local, Roberta fez um convite para a Seção Infantil e juntos realizaram, em junho de 2018, o piquenique literário na Praça 29 de Março.
Desde então, inúmeras atividades já aconteceram na Praça, elaboradas por Roberta e outras mães profissionais em diversas áreas, que se doam de coração e voluntariamente ao projeto: yoga para as crianças, musicalização, mini jardinagem, brincadeiras com bolhas de sabão, modelagem com argila e literatura.
Como o projeto Brincar na Praça é voluntário e sem fins lucrativos, todas as atividades são gratuitas e para crianças de todas as idades.
Além do lazer e entretenimento, os pequenos só têm a ganhar com a iniciativa. Porque mais do que um simples espaço para brincar e tomar sol, a criança que participa das atividades começa a associar que aquela praça também pertence a ela, e também é de sua responsabilidade o cuidado com o local.
Projetos assim, como o Brincar na Praça, da Roberta Lopes Guizzo, nos inspiram a compartilhar a ideia de que é possível fazer uma criança feliz por meio da valorização das coisas mais simples da vida. Para nós do Muralzinho de Ideias que tivemos a oportunidade de Brincar na Praça como também, conversar com a Roberta sobre o projeto, é sensacional sentir que o mesmo resgata valores que algumas vezes são esquecidos no dia a dia: sociabilidade, integração, solidariedade, criatividade, amizade, espírito coletivo, e, principalmente, o contato e cuidado com a natureza.
Se interessou pelo Brincar na Praça e quer saber mais sobre essa proposta inspiradora? Aqui você confere a programação completa e se desejar acesse também a página do projeto aqui.