Você já ouviu falar na Feira do Livro Infantil de Bolonha, na Itália? Conhecida pelo mundo como Bologna Children’s Book Fair, ela é a mais importante do gênero e acontece desde 1964. É lá que acontece o Bologna Raggazi Award, premiação que, para este ano, recebeu um total de 3.355 títulos de editoras de 65 países e regiões de todo o mundo.
Apesar de a feira só acontecer entre 08 e 11 de abril, o prêmio chega como um esquenta da literatura infantil. Composto por 10 categorias, a estreia deste ano foi a de Bebês (chamada Toddler) que teve a grata surpresa de ter o livro infantil Dia de Lua (Ed. Jujuba), do autor Renato Moriconi, como vencedor, tornando-se o melhor livro para bebês do mundo. A divulgação dos ganhadores aconteceu nesta quarta, dia 28 de fevereiro.
O destaque do Brasil chega exatamente dez anos depois de outro brasileiro, o ilustrador Roger Mello, vencer o prêmio Hans Christian Andersen, em 2014, na categoria ilustrador – evento, aliás, que homenageou o Brasil naquela edição. E não para por aí: para o mesmo prêmio Andersen – uma espécie de Nobel da literatura infantil – este ano estão indicados, na categoria escrita, Marina Colasanti e, na de ilustração, Nelson Cruz, dois autores fundamentais para as nossas infâncias!
Sobre o livro infantil Dia de Lua
A obra, que conversa com outro livro de Renato Moriconi – Dia de Sol – revela ao leitor, por meio da narrativa, um grande mistério: o que a Lua faz durante o dia? Sem a preocupação de iluminar, ela se mistura às nossas vidas e vive um mundo inteiro. Pode ser uma rede para descansar, um guarda-chuva para proteger, um bumerangue para brincar… E como ela se transforma ao longo das noites? Indicado a partir de 1 ano, Dia de Lua encanta até pelas suas particularidades, como não ter o título na capa, nem nome da editora, apenas uma lua linda em um céu de verão.
Como escolher um bom livro para bebês?
Segundo a pesquisadora de cultura e infância Cristiane Rogerio, “o livro para bebê é literatura, então, ele tem que ser tão bom quanto qualquer outro livro, para qualquer idade, diz a especialista, que é colunista da Revista Crescer e há 18 anos faz a curadoria de livros infantis para a publicação.
Ou seja, na hora de escolher um livro para o seu filho, perceba se ele encanta você: “É importante que a obra seja interessante para o pai, a mãe, o cuidador, que eles se emocionem. A criança entende, pelo comportamento do adulto, que aquele objeto é divertido, curioso, que ela pode se relacionar com ele e, o melhor, que os pais também curtem”.
E se você acha que seu filho é muito bebê para já ter um livro em mãos, saiba que nunca é cedo demais, afinal, os pequenos aprendem o tempo todo, no dia a dia e em situações que menos nos damos conta: “Quando um bebê tem um livro literário em mãos, ele consegue compreender, à maneira dele, a formar pequenas relações sobre a construção de uma história, o que é um começo, um clímax, um meio e um fim”, finaliza Cristiane.
fonte: Revista Crescer