No dia 22 de junho, a Mostra Claudete Pereira Jorge estreou no Teatro de Novelas Curitibanas – Claudete Pereira Jorge. A programação infantil teve início em 29 de junho com a peça “Atravessar o Mar para Sempre” e segue até 12 de julho.
Com o propósito de celebrar artistas e públicos da arte produzida na capital, em sua terceira edição o evento reúne durante quatro semanas de espetáculos, performances e pocket shows musicais, que formam um painel plural da produção artística local. O cronograma da mostra vai até o dia 13 de julho, de quinta a domingo, em diversos horários, com atrações gratuitas.
O público curitibano já habituado a frequentar as salas de espetáculos da cidade desde a primeira edição da Mostra Clau. De acordo com Igor Augustho, diretor de produção e curador do evento, “a proposta é também que públicos distantes do circuito cultural possam se aproximar dele e, num curto espaço de tempo, pouco menos de um mês, ter contato com uma multiplicidade de estéticas e criações”, conta.
A Mostra Claudete, que teve sua primeira edição realizada em 2019, surgiu inicialmente para celebrar a vida e a trajetória da grande atriz paranaense, quando seu nome foi adicionado ao Teatro Novelas Curitibanas – Claudete Pereira Jorge, por projeto de Lei aprovado pela Câmara de Vereadores de Curitiba. Interrompida pela pandemia, retornou em 2022, quando realizou a segunda edição e consolidou-se, enfim, como um importante espaço de troca e compartilhamento entre plateias, públicos, artistas, fazedores e entusiastas do cenário artístico curitibano.
O carro chefe da programação mais uma vez encontra-se nos espetáculos de artes cênicas: são dezesseis apresentações de 8 espetáculos distintos, todas gratuitas. A curadoria foi composta tanto através de convites a grupos quanto por chamada pública aberta a todos os artistas da cidade. Em complemento às apresentações de dança e teatro, há os pocket shows musicais e performances que ocorrem no andar inferior do teatro. “A gente busca ocupar o teatro de outro jeito, transformando as salas de espera, a bilheteria, o hall de entrada, em lugares onde as pessoas queiram permanecer e possam experienciar outras linguagens da cidade”, conta Helena de Jorge Portela, curadora da Mostra Claudete e também filha da homenageada.
Outro fator de destaque está nas ações de acessibilidade: todas as peças contam com sessões acessíveis em Libras e quatro delas com audiodescrição, permitindo que públicos com deficiência acompanhem parte considerável da programação.
Os ingressos são gratuitos e distribuídos com 1 hora de antecedência no próprio teatro. Pessoas idosas, gestantes, com deficiência e obesas têm acesso garantido, como explica o diretor artístico da Mostra, Nautilio Portela: “10% dos ingressos são reservados a fim de garantir que pessoas diversas possam acessar as atividades da Mostra. Assim, pessoas que estejam dentro destas identidades, podem chegar ao teatro com apenas 20 minutos de antecedência. É mais uma iniciativa da Mostra Clau que se move na direção de um fazer cultural mais democrático.”
O evento é uma realização e produção da Pomeiro Gestão Cultural, realizada também pela Cia. Fluctissonante e pela NBP Produções, aprovado pela Secretaria de Estado da Cultura – Governo do Paraná, com recursos da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura – Governo Federal.
Programação infantil
Teatro Infantil
Atravessar o Mar para Sempre
Duas pessoas caminham há muito tempo, vivem em travessia por fugir de uma guerra inesperada. Em suas bugigangas possuem um rádio onde ouvem uma radionovela e reinventam o próprio cotidiano para seguir o caminho. Durante o caminho, recriam a radionovela com os bonecos e objetos que tem à mão. É nessa brincadeira que conhecemos a travessia de Pérola, Violeta, Ícaro e Girassol.
29 e 30 de junho, 15h. Teatro de Bagagem, duração de 40 minutos.
Nhanderekó
Nhanderekó, para o povo mbya guarani, é o verdadeiro modo de ser GUARANI, manter a cultura viva. Isso significa respeitar o meio ambiente e viver em harmonia com a natureza, retirando dela apenas o necessário para a sobrevivência. O Grupo Baquetá reuniu diferentes contos e histórias do povo guarani, que apresentam a relação destes com os animais e com os elementos da natureza (terra, ar, água e fogo).
6 e 7 de julho, 15h. Grupo Baquetá, duração de 50 minutos.
Performances
Eelenize Dezgeniski
Na instalação Eu Luto Outra Luta, que ocupa o corredor do espaço térreo do teatro, a frase Luto Luta do poeta Décio Pignatari está abrigada entre as palavras Eu e Outra. O espectador posicionado diante da obra, entre os espelhos, é colocado em um abismo especular, onde Eu Luto se replica ao infinito, assim como a frase Outra Luta.
A frase que Pignatari criou junto com seus alunos em 1968, circulou pelas ruas do Rio de Janeiro, como um grito de protesto contra o assassinato do estudante Edson Luís, cometido pelos militares durante a ditadura no Brasil. A instalação foi montada pela primeira vez em 2017 na vitrine da Alfaiataria Espaço de Arte em Curitiba.
As intervenções nos espelhos do teatro, com as frases a língua presa da palavra, invisível cuidado e ouvido esquecimento são um aviso e um lembrete. Sempre em letras miúdas, por vezes na moldura. É a reivindicação de um espaço limite, onde transitam as delicadas, e por vezes avassaladoras, relações entre o eu e o tu.
Exposição permanente e outras intervenções na 3 MCPJ | Livre
Eu Luto Outra Luta | língua presa da palavra, invisível cuidado e ouvido esquecimento | Exposição permanente na 3 MCPJ | Livre
Feijoada da Meia-noite
Por meio de sons, ruídos, frases, registros, papéis e vídeos, a Feijoada da Meia Noite propõe a construção de uma visualidade multilinguagem digital-analógica-sensorial.
30 de junho, 19h.
Memórias de uma Baobá
“Memórias de uma Baobá” é uma peça sobre as histórias, as memórias, os saberes e os afetos compartilhados e vividos por mulheres negras. É uma celebração à ancestralidade feminina negra, uma valorização da oralidade como forma de resistir ao apagamento e ao genocídio. Em cena, acompanhamos a Senhora-Terra, uma mulher negra idosa que retorna à casa onde viveu por muitos anos. Lá, oferece um café para quem está assistindo, enquanto compartilha palavras que ainda habitam o seu corpo e também aquele espaço onde viveu. Ela está à espera de alguém que nunca aparece, como se algo estivesse faltando. Ainda assim, a Senhora-Terra dança pelos momentos do passado, entrelaçando-os a um presente formado por vozes de outras mulheres negras.
6 de julho, 19h.
Procura-se Histórias Extraviadas
Três ações simultâneas ocupam diferentes espaços tecendo entre si uma rede de acontecimentos narrativos efêmeros e relacionais. Escritas a muitas mãos, as histórias articulam mundos antigos, reais e (im)possíveis, mundos que emergirão no encontro da proposição artística com o público. Venha se encontrar com a quandonde!
12 de julho, 19h
fonte: BB Comunica
A programação e as informações descritas neste post estão sujeitas a alterações sem aviso prévio por parte da organização do espaço.