Uma menina de 10 anos, moradora de Cascadura, na Zona Norte do Rio de Janeiro, teve o talento para a pintura reconhecido internacionalmente: ela vai expor no Museu do Louvre, em Paris.
Sophya Helena desenha desde que se entende por gente. Há um ano e meio, após ter o talento percebido na escola e pela família, começou a frequentar um ateliê de pintura e passou a produzir telas com tinta acrílica. Aos 6 anos, a pequena artista já demonstrava uma habilidade especial para as artes plásticas
“Isso está sendo muito grandioso pra mim, uma alegria porque muito poucas pessoas vão expor no Louvre com apenas essa idade. Então, isso está sendo um privilégio pra mim”, disse a jovem pintora ao jornal O Globo.
Professora ‘olheira’
Foi na Escola Adventista de Jacarepaguá que o alerta para o talento da Sophia acendeu, aos 6 anos. Isso aconteceu dentro da sala de aula da professora Débora.
Logo que percebeu o talento, Débora de Faria Hemerly procurou a mãe da criança, Daniele Moreira, e a orientou a dar atenção à aptidão da menina, que começou a se aventurar no universo da pintura e, aos 9 anos, foi matriculada num curso da área, a pedido dela própria.
O investimento deu frutos. No fim de fevereiro, a artista mirim, especializada em tinta acrílica sobre tecido, foi aprovada numa seleção para expor suas telas no Carrousel do Louvre, uma galeria no subsolo do museu francês.
Atualmente, Sophia, que mora em Madureira, complementa o curso de pintura, às terças-feiras, em Vila Valqueire, com aulas on-line de arte, às sextas, em que aprende sobre traços, desenhos e grandes pintores, como Van Gogh e Claude Monet.
Ela tem cerca de 15 telas, que vão da arte figurativa, com paisagens e animais, à abstrata. Entre elas, estão “As bailarinas”, com duas meninas dançando em sincronia, “Tiradentes”, que retrata uma árvore do município do interior de Minas Gerais, e “Casa de Friburgo”, seu primeiro quadro, inspirado numa moradia de campo.
“Eu lembro que eu gostava muito de desenhar e eu fazia vários desenhos no meio da aula, e ela chegou pra minha mãe e perguntou se eu poderia fazer algum curso porque desde lá eu já amava desenhar e foi aprofundando aquilo”, lembra Sophya.
“O papel do professor vai muito além do ensino, muito além do pedagógico. O professor deve olhar o seu aluno como um ser integral, como um todo. E nós estamos sempre percebendo aptidões, peculiaridades, gostos, e foi assim com a Sophia”, diz Débora Hemerly.
Agora, Shopya precisa correr para produzir obras, e duas delas serão escolhidas para o Louvre.
“Pra mim, é uma emoção, uma realização dela também. E, assim, a gente está correndo muito atrás, que não é fácil, não é mole, ela tem uma agenda apertada porque até maio ela tem que estar com as obras prontas para poder enviar”, afirma a mãe.
O Carrousel du Louvre tem obras de artistas de 25 nacionalidades. No momento, Sophia trabalha na produção de obras exclusivas para a galeria. A meta é desenvolver oito, mas apenas duas serão selecionadas para a exposição em Paris, em outubro. A família tenta patrocínios de empresas para custear a ida à capital francesa.
fonte: G1/O Globo
imagem destaque: Divulgacao/ThallesPaixão