Segundo dados da Pinacoteca de São Paulo, 72% dos brasileiros nunca foram a um museu ou centro cultural. Para a instituição, de uma forma geral, o público se sente distante desse tipo de ambiente por entender que o mesmo e seu conteúdo não dialogam com ele.
Tendo como ponto de partida tal constatação, a Pinacoteca, em parceria com a IBM, apostou em promover de fato a interação entre o museu e a população. Para tanto, um sistema de inteligência artificial foi desenvolvido. O Watson permite ao espectador estabelecer literalmente um diálogo com algumas produções. Ou seja, conversar diretamente com a obra: “perguntar qualquer coisa, do jeito que quiser e ter uma resposta sobre ela”, segundo Fabrício Barth, líder técnico Watson Group Latin America IBM.
Curtir essa experiência é possível até 05 de junho. Funciona assim: ao chegar no local o visitante recebe um celular com fones de ouvido, que contém o aplicativo A Voz da Arte. Uma notificação é enviada ao dispositivo quando ele se aproxima de uma das obras interativas e possibilita que o espectador faça perguntas. Ressaltando, qualquer pergunta (E você gosta de jogar futebol? “O Mestiço” Cândido Portinari/ Quantos anos ele tem? “O Porco” Nelson Leirner). Tudo é respondido em português e deficientes auditivos podem participar via chat.
Atualmente, sete produções selecionadas por curadores e educadores da Pinacoteca integram o projeto. E, para torná-lo possível, o sistema de inteligência artificial teve que aprender sobre Arte brasileira: história, contexto, detalhes e relação com assuntos do dia a dia.
Foram necessários seis meses para que a tecnologia compreendesse o assunto e se tornasse apta para o uso. Ainda nem tudo tem resposta. Mas, novas perguntas são catalogadas e enviadas para um especialista em arte, ampliando a possibilidade de diálogo com o passar do tempo.
Muito bacana mesmo, não é?
Confira o vídeo da IBM sobre A Voz da Arte com Watson e, como nós, se inspire.