Educação

Como será o mundo para as crianças em 2050

08/01/2025
Como será o mundo para as crianças em 2050

O futuro da infância está em jogo se não forem tomadas medidas urgentes para salvaguardar os direitos das crianças em um mundo em mudança, alertou o UNICEF em seu principal relatório divulgado no Dia Internacional das Crianças, em 19 de novembro.

A Situação Mundial da Infância 2024: O Futuro da Infância em um Mundo em Mudança, prevê como três grandes forças globais – ou megatendências – impactarão a vida das crianças até 2050 e além. As megatendências – mudanças demográficas, crises climáticas e ambientais e tecnologias inovadoras – fornecem indicativos importantes sobre os desafios e oportunidades que as crianças podem enfrentar no futuro.

“As crianças estão passando por uma série de crises, desde choques climáticos até perigos online, e elas devem se intensificar nos próximos anos”, disse a diretora executiva do UNICEF, Catherine Russell. “As projeções deste relatório demonstram que as decisões que os líderes mundiais tomam hoje – ou deixam de tomar – definem o mundo que as crianças herdarão. Criar um futuro melhor em 2050 requer mais do que apenas imaginação, requer ação. Décadas de progresso, principalmente para as meninas, estão ameaçadas.”

A crise climática já é gravíssima, sendo 2023 o ano mais quente já registrado. De acordo com o relatório, na década de 2050-2059, espera-se que as crises climáticas e ambientais se tornem ainda mais generalizadas, com oito vezes mais crianças expostas a ondas de calor extremas, três vezes mais expostas a inundações extremas de rios e quase duas vezes mais expostas a incêndios florestais extremos, em comparação com os anos 2000.

Como esses riscos climáticos irão afetar as crianças vai depender da idade, saúde, ambiente socioeconômico e acesso a recursos. Por exemplo, uma criança com acesso a abrigos resistentes ao clima, infraestrutura de refrigeração, assistência médica, educação e água potável tem uma chance maior de sobreviver a choques climáticos em comparação com uma criança sem acesso. O relatório ressalta a necessidade urgente de ações ambientais direcionadas para proteger todas as crianças e mitigar os riscos que enfrentam.

A África Subsaariana e o Sul da Ásia devem ter as maiores populações infantis na década de 2050. Também deve haver um envelhecimento da população, com a expectativa de que a parcela de crianças diminua em todas as regiões do mundo. Embora ainda alta, a população infantil cai para menos de 40% na África – abaixo dos 50% dos anos 2000. Cai abaixo de 17% no Leste Asiático e na Europa Ocidental – onde as crianças representavam 29% e 20% da população, respectivamente, nos anos 2000.

Essas mudanças demográficas criam desafios, com alguns países sob pressão para expandir os serviços para grandes populações de crianças, enquanto outros equilibram as necessidades de uma população idosa crescente.

Enquanto isso, o relatório reconhece que as tecnologias de fronteira – como a Inteligência Artificial (IA) – oferecem promessas e perigos para as crianças, que já estão interagindo com a IA incorporada em aplicativos, brinquedos, assistentes virtuais, jogos e software de aprendizagem. Mas a exclusão digital permanece gritante. Em 2024, mais de 95% das pessoas em países de alta renda estão conectadas à internet, em comparação com quase 26% em países de baixa renda.

O relatório pontua que uma grande porcentagem de jovens em países de baixa e média renda tem dificuldade em adquirir habilidades digitais, e isso afetará sua capacidade de usar ferramentas digitais de forma eficaz e responsável na educação e nos locais de trabalho no futuro. Essas barreiras geralmente estão ligadas a ambientes socioeconômicos, gênero, linguística e acessibilidade.

O relatório contém boas notícias. Prevê-se que a expectativa de vida ao nascer aumente. Os ganhos no acesso das crianças à educação nos últimos 100 anos também devem continuar, com quase 96% das crianças em todo o mundo devendo ter pelo menos a educação primária na década de 2050, acima dos 80% na década de 2000. Da mesma forma, com o aumento do investimento em educação e saúde pública e uma proteção ambiental mais rigorosa, o relatório afirma que os resultados para as crianças podem melhorar significativamente. Por exemplo, a diferença de gênero no nível educacional diminuiria e a exposição a riscos ambientais seria reduzida.

A Situação Mundial da Infância 2024 ressalta a importância de centralizar os direitos da criança, conforme descrito na Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, em todas as estratégias, políticas e ações. O documento pede que os desafios e oportunidades colocados pelas três megatendências sejam enfrentados:

  • Investir em educação, serviços e cidades sustentáveis e resilientes para as crianças.
  • Expandir a resiliência climática em infraestrutura, tecnologia, serviços essenciais e sistemas de apoio social.
  • Oferecer conectividade e design de tecnologia segura para todas as crianças.

Em 2024, o Dia Internacional das Crianças – o dia anual de ação do UNICEF-, foi comemorado sob o tema “Ouça o Futuro”. Como parte da campanha, a instituição pediu às crianças que escrevessem cartas sobre o mundo que gostariam de ver em 2050.

Respostas chegaram de todo o mundo – incluindo a Cidade de Gaza, Haiti e Tanzânia – expressando o desejo das crianças de estarem seguras, saudáveis e educadas – e protegidas da guerra e dos riscos climáticos. As cartas podem ser vistas aqui (em inglês).

“O Dia Mundial da Criança é um momento para os líderes demonstrarem seu compromisso com os direitos e o bem-estar de todas as crianças”, disse Russell. “Podemos moldar um futuro melhor para as crianças de amanhã e temos que começar hoje.”

Com base nas megatendências e em muitos outros indicadores socioeconômicos, o UNICEF encomendou ao Centro Wittgenstein de Demografia e Capital Humano Global a análise de cenários que modelam como o mundo pode ser para as crianças em 2050. Os cenários são resultados possíveis, não previsões.

Extremidades climáticas: A análise estabelece um limite além do qual um evento climático – como uma onda de calor ou inundação de rio – é categorizado como “extremo”. Por exemplo, uma inundação de rio é considerada extrema se seus níveis de água excederem níveis que foram alcançados uma vez a cada 100 anos durante a era pré-industrial. Os limiares derivam da literatura científica.

 

fonte: UNICEF


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