Exposição

Curitiba ganha primeiro museu interativo do Brasil sobre a temática água

30/06/2022
Curitiba ganha primeiro museu interativo do Brasil sobre a temática água

Situado no Espaço Tarumã, o museu Planeta Água fica localizado no endereço onde funcionou a primeira estação de tratamento de água da cidade e do estado. O local se propõe a sensibilizar as pessoas sobre a importância desse elemento fundamental para a manutenção da vida na Terra.  A partir de setembro, ele abre para visitas agendadas de escolas e, em novembro, para o público em geral, também mediante agendamento a partir de 15 de outubro.

“Porque a vida escolheu a Terra”. Tendo essa frase como tema, o Planeta Água conduz os visitantes por espaços multidisciplinares que proporcionam reflexão e uma experiência interativa e sensorial única. Segundo Maria Celeste Corrêa, jornalista e uma das curadoras, o museu desvenda alguns dos mistérios, características, aspectos científicos e interações ecológicas envolvendo a água.

 

Foto: Divulgação

 

Maria Celeste diz que o museu surgiu com a visão de que a mudança só acontece pela educação e pelo conhecimento. Segundo ela, a proposta do espaço é trazer aos visitantes uma experiência imersiva em todos os aspectos que envolvem a água.

“Nos dias atuais, a água é muito mais do que transparente, se tornou invisível. E esta é uma das mais graves ameaças à existência humana. O acesso fácil, para muitos, banalizou a relação dos seres humanos com a água. A crescente poluição dos rios e oceanos, a destruição das florestas e a exploração desenfreada dos recursos naturais estão transformando rapidamente a feição da Terra. É nesse quesito que o Museu traz uma reflexão”, explica Maria que, além de curadora, é também responsável pelos conteúdos do espaço.

 

Globo terrestre e a quantidade de água existente no planeta

A reflexão começa pela análise de um globo terrestre e das quantidades proporcionais de água existentes na Terra, revelando como é escassa a água potável no planeta. Em lugar da divisão política e geográfica, a Terra se apresenta com os nomes dos grandes rios impressos, salientando que mesmo as áreas continentais são cobertas, em grande parte, por água. Com o globo terrestre partido ao meio, o visitante também poderá conhecer a localização dos grandes aquíferos do planeta.

Preservar para sobreviver

O primeiro grande impacto para quem entra no Museu Planeta Água é a presença do enorme esqueleto de uma baleia azul. Com 23 metros de comprimento e 4 toneladas, o objetivo da peça expográfica é fazer um manifesto contra a poluição dos oceanos, uma vez que a arte foi toda construída com embalagens plásticas. Maior animal do planeta Terra, a Baleia Azul pode medir até 30 metros, pesar 150 toneladas e viver cerca de 90 anos. No Museu, é possível perceber essa grandeza ao observá-la suspensa no ar e transitar embaixo dela, onde há um monitor que apresenta imagens que convida, o visitante, a refletir sobre a urgência da preservação dos oceanos. Essa peça foi construída com mais de 40 mil itens de embalagens plásticas.

O que mais você vai ver no Museu

Um exclusivo mapa mundi, que apresenta mais de 90 camadas do relevo da Terra, evidenciando a profundidade e os recortes geológicos dos oceanos, trará projeções vídeo mapeadas, com temas como a história dos deslocamentos humanos pelos mares, o lixo nos oceanos e a formação dos Rios Voadores sobre a Amazônia.

 

Uma aula multidisciplinar

O Museu nasceu para ser um grande espaço de conhecimento. A intenção é que turistas, estudantes, escolas e universidades possam usufruir desse imenso apanhado de informações sobre o elemento água, desde o seu surgimento até sua escassez e índices de contaminação, nos dias atuais. Para elevar a percepção sobre a importância da água para a sobrevivência do planeta, foi criado um tour provocativo e analítico para que os visitantes observem, sintam e interajam nas várias etapas do “passeio” imersivo e sensorial.

A Origem da Água: Nessa primeira etapa, o visitante poderá observar as diversas teorias sobre a origem da água em nosso planeta, desde a formação do Sistema Solar, ocorrida há cerca de 4,5 bilhões de anos, com o surgimento do Sol, da Terra e da Lua, bem como todos os componentes físicos, químicos, biológicos e meteorológicos que permitiram ser quem somos hoje e viver onde vivemos.
Rios, Oceanos, Gelo e Florestas: um grande espaço que mescla vídeos, ilustrações exclusivas, experiências interativas e informações instigantes traz a presença da água e suas mais diversas formas de apresentação e de interação com a vida na Terra.

 

Os Rios Voadores e o Ciclo da Água: o fenômeno dos Rio Voadores e sua importância crucial para a vida no Brasil é apresentado de forma criativa e inovadora junto ao ciclo que faz a água circular por todo o planeta.
A Geologia da Água: nesse espaço construído com ilustrações belíssimas e exclusivas, um conjunto de informações mostra a evolução do planeta Terra do ponto de vista geológico e o papel da água nessa história de 4,5 bilhões de anos. Sempre buscando uma conexão com o Paraná, muitos dos fatos que contam a história geológica da Terra são exemplificados com imagens conhecidas do público: as Cataratas do Iguaçu e Vila Velha, além da Araucária e de animais pré-históricos que habitaram a região.

Água e Morte: Na segunda etapa do tour, vários eventos catastróficos provocados pelos seres humanos são relembrados. O excesso de água também pode matar e, muitas vezes, está vinculado a ações humanas irregulares, irresponsáveis ou criminosas. Assim romperam-se as barragens de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais, quando os resíduos da mineração formaram avalanches de destruição e morte. A ocupação irregular de topos de morros e áreas contraindicadas para edificações, agravadas pela inação governamental, são o estopim para desabamentos e soterramentos. Navios petroleiros derramam cargas de óleo cru nos oceanos. Indústrias contaminam cursos d’água com diversos metais pesados. Garimpos de ouro despejam mercúrio nos rios. Agrotóxicos provocam envenenamentos e estão associados a diversas doenças, como o câncer. A imersão, nessa etapa do tour é desafiadora.

 

Água é Preciosa: A discussão, nessa etapa, é o mundo sem água provocado pela desertificação criminosa, decorrente de ações humanas. Os visitantes poderão sentir o aumento da temperatura, pois a intenção é propor a sensação de desconforto, a partir do aumento da temperatura, com sensações relacionadas à cor e à música, que culminam com a mensagem silenciosa transmitida por uma escultura hiper realista de uma mãe com seu filho, já sem vida, vitimado pela falta d’água.

Água e Consumo: A experiência traz à luz vários processos produtivos que envolvem matérias-primas. Em um carrinho de compras, diversos produtos são expostos com grandes etiquetas. Nelas, o visitante pode observar o quanto de água foi necessário para a produção daqueles produtos, ou seja, qual seria o “valor” em água de cada mercadoria. A intenção é mostrar que os seres humanos devem buscar o consumo consciente de mercadorias para não exaurir a água potável que também é utilizada nos processos industriais.

 

Água e Prazer: Num espaço que revela situações prazerosas, a água se faz presente de forma sutil, trazendo sensações, cheiros, lembranças. A sequência de ambientes remete o visitante a momentos alegres, revelando a cotidiana e intensa ligação dos seres humanos com a água, como estar na praia, na fazenda, em uma cachoeira ou sentindo o delicioso cheiro do café. O espaço foi construído dentro de uma estação-tubo de ônibus, característica marcante da arquitetura urbana de Curitiba.

 

Água e Vida: Nessa etapa, o visitante tem mais uma experiência sensorial. Revela como a água auxilia na respiração e digestão, protege os bebês durante a gestação, ajuda a regular a temperatura do corpo e a pressão arterial, lubrifica as articulações e a pele, conduz nutrientes e auxilia na eliminação de toxinas, entre muitas outras funções no corpo humano. Também é possível medir, em uma balança especial, o quanto de água existe no corpo de cada indivíduo, assim como a quantidade de água que a pessoa que está sobre o equipamento precisa beber diariamente para se manter saudável.

 

Água e Energia: A geração de energia elétrica a partir da água trouxe qualidade de vida para as pessoas ao redor do planeta e possibilitou o desenvolvimento social, industrial e comercial das nações. Saúde, segurança, educação, ciência, cultura e comunicação avançam a partir dessa energia.

 

Água é Saúde e Desenvolvimento: Uma linha do tempo mostra como as tecnologias para captar, purificar e distribuir a água mudaram a vida de diferentes povos. O domínio da água levou ao desenvolvimento econômico e social. A linha do tempo também mostra o surgimento de doenças e como a água limpa é elemento imprescindível à sobrevivência humana. Há, ainda informações sobre a história do saneamento no Paraná, desde a primeira estação de tratamento de água até os dias atuais.

Toda essa estrutura museográfica traz ao público uma experiência única e inovadora. O espaço foi projetado para receber pessoas de diferentes faixas etárias e formações, trazendo informação e conhecimento de forma criativa e acessível. Tudo foi pensado para atrair a imaginação dos visitantes, desde a paleta de cores em cada ambiente, que retrata as tonalidades das águas brasileiras, até a forma artesanal com que foram criados alguns elementos, assim como a tecnologia de imagens e sons, que aguça os sentidos.

 

Idealizadores do Museu Planeta Água

Idealizado pela Associação Brasileira do Conhecimento (EGEO) e desenvolvido pela Straub Design, o Museu foi concebido por quatro curadores, desde o início: o diretor do projeto Wilgor Caravanti, o diretor criativo Ericson Straub, o arquiteto Aurélio Sant’Anna e a jornalista e escritora Maria Celeste Corrêa.

O Museu Planeta Água é patrocinado pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), CTG Brasil e Compagás, além de contar com o apoio do Banco Regional de Desenvolvimento (BRDE) e da Unesco, desde a sua concepção. Recentemente, o Planeta Água também conquistou o apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Instituto Fashion Revolution e The Nature Conservancy (TNC). O projeto foi realizado com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).

 

fonte: Assessoria de Imprensa | Reinaldo Bessa

foto: Divulgação


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