Devido ao isolamento físico imposto pela pandemia de Covid-19, o Natal deste ano será um pouco diferente para as famílias. Mesmo assim, empresas ainda insistem na prática ilegal de direcionar publicidade a crianças – e até aumentam a quantidade de anúncios, com a proximidade de datas comemorativas. Por isso, é importante que as famílias estejam atentas tanto às alternativas para evitar o consumo excessivo quanto ao que podem fazer para combater a exploração comercial infantil nesta data.
Pensando nisso, o Criança e Consumo criou uma lista de sugestões de como promover um Natal sem consumismo, seguro e dentro de casa – mas com muita brincadeira e criatividade:
1. Fortaleça tradições especiais ou crie novas!
Que tal estimular atividades que não envolvam consumo? Uma ideia é convidar as crianças para ajudar na decoração e na montagem da árvore de Natal, estimulando a reutilização de materiais para inventar novos enfeites. Criar e manter tradições familiares ajuda a construir memórias que marcam essa data pelo afeto, e não apenas pelo consumo. E, em um ano no qual os pequenos passaram mais tempo dentro de casa, redecorar esse espaço para as festas pode virar uma brincadeira ainda mais especial! Abuse da criatividade para isso!
2. Privilegie as brincadeiras e a ressignificação dos brinquedos
Converse com as crianças e explique que Natal não precisa ser associado a compras, nem a brincadeira depende de brinquedos novos. Também é interessante incentivar os pequenos a refletir sobre os brinquedos que já têm, explicando a eles como é o processo de produção e o que acontece quando são descartados. Uma ideia divertida é que as crianças escolham um brinquedo que não usam mais para trocar com seu irmão/sua irmã, primo(a) ou outra criança próxima. Um gesto simples que ensina a ressignificar o que é, de fato, um brinquedo novo!
3. Pratique o consumo consciente
Nossa pesquisa Infância Plastificada aponta que o excesso de brinquedos plásticos pode trazer consequências graves para a saúde e para o meio ambiente. Por outro lado, materiais naturais favorecem o desenvolvimento das crianças. Se nesse Natal você optar por presentear crianças com brinquedos novos, busque opções mais sustentáveis e lembre-se de evitar embalagens descartáveis. Além disso, nesse ano, a compra online se tornou uma alternativa para manter o distanciamento social, o que acaba facilitando a pesquisa de preços e evitando pedidos insistentes que podem acontecer quando as crianças estão presentes nas lojas. Aproveite para consumir de forma consciente, evitando compras por impulso e lembrando de dar o exemplo!
4. Redobre a atenção com publicidade infantil na internet
Ao longo deste ano, observamos um aumento no uso de telas por crianças. Não é para menos, já que atividades como estudar e conversar com amigos e familiares têm sido facilitadas pelas tecnologias e por plataformas digitais. Mas algumas empresas anunciantes também têm se aproveitado disso para praticar publicidade infantil – e, muitas vezes, de forma velada, como os famosos vídeos de unboxing. Para ajudar as famílias a preferir conteúdos mais seguros para crianças, confira essa lista de canais infantis livres de publicidade direcionada a crianças! É importante lembrar que tanto empresas anunciantes devem parar com a prática ilegal de direcionar publicidade a crianças quanto as plataformas digitais também precisam assumir sua responsabilidade em coibi-las. Não cabe apenas a mães, pais e responsáveis proteger as crianças! Por isso, sempre que encontrar publicidade infantil, saiba que você pode denunciar.
5. O melhor presente ainda é a presença!
Não há nada de errado em presentear as crianças, desde que essa seja uma escolha consciente dos adultos – e não consequência de uma pressão comercial exercida pelas empresas diretamente nas crianças. Mas lembre que presença ainda é melhor do que presente! Conte histórias, promova brincadeiras, passe tempo de qualidade com os pequenos! O Natal é uma data que propicia muitas reflexões e pode também ser uma oportunidade de conversar com eles sobre valores fundamentais como afeto, sustentabilidade e, também, sobre como as empresas atrelam apelos consumistas a esta e outras datas.
6. Defenda o fim da exploração comercial de crianças
Apesar de muitas empresas aumentarem o assédio comercial direcionado a crianças em datas comemorativas como o Natal, é importante saber que as leis brasileiras já estabelecem que a publicidade infantil é ilegal e empresas devem ser punidas por essa prática! E, para garantir o cumprimento da legislação, qualquer cidadão pode fazer uma denúncia de publicidade infantil. Faça sua parte e exija que as empresas anunciantes parem de explorar comercialmente as crianças!
fonte: Criança e Consumo