Viva a Mafalda!!
Há cinquenta e cinco anos, circulava na Argentina pela primeira vez a tirinha da personagem Mafalda, do cartunista argentino Joaquín Salvador Lavado Tejón, apelidado de Quino. Filha de uma típica família de classe média, a menina de 6 anos, de cabelos curtos enfeitados por um enorme laço vermelho, odeia sopa e adora a banda inglesa The Beatles.
Mafalda nasceu em 1962 quando uma agência de publicidade da Argentina contratou Quino para ilustrar uma campanha para uma marca de eletrodomésticos. A tirinha nunca foi publicada, mas um diretor da agência, ao trocar de emprego, solicitou a utilização do material para a Revista Plana, em setembro de 1964. Não demorou para que o trabalho do cartunista fosse notado e, em 1965, a personagem ganhou as páginas do jornal diário El Mundo, da cidade de Buenos Aires.
Interagindo com seus amigos, Felipe, Susanita, Miguelito, Manolito, Liberdade, Mafalda mostrava sua visão irônica sobre a realidade ao discutir temas como: o embate ideológico entre capitalismo e comunismo durante a Guerra Fria, as ascensões da classe média, as relações entre pais e filhos, a injustiça social, a destruição do meio ambiente, o feminismo e a falta de sensibilidade dos governantes.
Devido ao reconhecimento da relevância social e cultural das histórias, mesmo após a falência do veículo de comunicação que a publicava, o semanário Siete Dias Ilustrados passou, em 1967, a divulgar o trabalho de Quino. Entretanto, diante da exigência editorial de que as tirinhas fossem entregues com antecedência e por estar cansado de fazer sempre a mesma coisa, em 1973, o cartunista decide não mais produzir tirinhas da pequena menina que questiona tudo ao seu redor.
Por conta de seus posicionamentos ideológicos, Mafalda foi escolhida pela Unicef para ilustrar o pôster sobre a Declaração Universal dos Direitos da Criança, em 1976, sendo uma das poucas situações em que Quino voltou a desenhá-la.
Com seu pensamento contestador e sua preocupação com a humanidade, Mafalda ganhou a admiração de leitores ao redor do mundo, tornando-se a tira latino-americana mais vendida internacionalmente, sendo traduzida em 27 idiomas. No Brasil, a primeira tradução das histórias de Mafalda aconteceu na década de 1970.
Para os admiradores, no bairro de San Telmo, em Buenos Aires, existe uma estátua, em tamanho natural, em homenagem a personagem. Sentada em um banco, Mafalda posa para fotos com os turistas diariamente e ajuda a matar a saudade daqueles que a admiram.
Feliz Aniversário, Mafalda!